Arquitetura para a vida
A utilidade e função serão sempre, o ponto de partida para qualquer crítica formal; trata-se simplesmente de transformar o programa funcionalista.
Os funcionalistas ignoram a função psicológica dos ambientes... A aparência dos edifícios e dos objetos que usamos, e que formam nosso ambiente familiar, tem uma função que está separada de seu uso prático.
À causa de seu conceito de padronização, os funcionalistas racionalistas acreditaram ser possível conseguir formas definitivas e ideais dos diferentes objetos utilizados por nós. Desenvolvimentos recentes têm mostrado que esta concepção estática está errada. Devemos alcançar uma concepção dinâmica das formas, enfrentar o feito de que todas as formas humanas estão em um estado constante de transformação; onde os racionalistas se equivocam é em entender que o único modo de evitar a anarquia das trocas é chegar a ser consciente das leis que governam a transformação e utilizá-las.
É importante entender que este conservadorismo das formas é complemento ideológico, porque não é o resultado do não saber o que é a forma definitiva de um objeto, mas sim o feito de que nos sentimos perturbados quando não encontramos algum elemento de deja vu num fenômeno pouco familiar... O radicalismo das formas é o resultado de que agente se entedia quando não encontra algum elemento inesperado no conhecido. Uns podem achar este radicalismo ilógico, como fazem os defensores da padronização, mas não devemos perder de vista que esta necessidade humana é a única que faz possível os descobrimentos.
A arquitetura é sempre a realização última da evolução intelectual e artística, a materialização de uma fase da economia. A arquitetura é o ponto final na realização de qualquer esforço artístico, porque a criação arquitetônica implica na construção de um ambiente e o estabelecimento de um modo de vida.
Asger Jorn, fragmentos de Imagem e Forma.
Citação do livro de Asger Jorn Imagem e Forma sobre a arquitetura e seu futuro, aparecida na revista Potlatch, nº. 15, 22 de dezembro de 1954
Segunda tradução, do espanhol para o português, por membros do coletivo Gunh Anopetil