Cultivo/Agroecologia e agricultura sustentável
Nos anos 70, o conjunto das correntes vistas anteriormente passou a ser chamado de agricultura alternativa. Dessa forma, este termo não constitui uma corrente ou uma filosofia bem definida de agricultura, apenas é útil para reunir as correntes que se diferenciam da agricultura convencional.
A partir dos anos 80, uma disciplina de base científica conhecida como agroecologia passou a ser empregada para designar, sobretudo, um conjunto de práticas agrícolas alternativas, mesmo que seus precursores (Dr. Miguel Altieri e Dr. Stephen Gliessman da Universidade da Califórnia, EUA) insistissem sobre um conceito mais amplo, que incorporava um discurso social. Seus autores destacam que no enfoque da agroecologia troca-se a ênfase de uma pesquisa agropecuária direcionada à disciplinas e atividades específicas para tratar de interações complexas entre pessoas, culturas, solos e animais.
Por fim, já no final dos anos 80 e durante a década de 1990, o conceito amplamente difundido, foi o de agricultura sustentável. Este conceito muito amplo e repleto de contradições deve ser considerado mais como um objetivo a ser atingido do que, simplesmente, um conjunto de práticas agrícolas. Entretanto, segundo a Instrução Normativa que dispõe sobre as normas para produção de produtos orgânicos, o conceito de sistema orgânico de produção agropecuária abrange também o termo agricultura sustentável.
Desta forma, as várias correntes (biodinâmica, biológica, natural, permacultura, ecológica, agroecológica, regenerativa e em alguns casos, a agricultura sustentável) são consideradas como uma forma de agricultura orgânica, desde que estejam de acordo com as normas técnicas para produção e comercialização, apesar das pequenas particularidades existentes.
Em síntese, podemos destacar que o ponto comum entre as diferentes correntes que formam a base da agricultura orgânica é a busca de um sistema de produção sustentável no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de produtos químicos agressivos à saúde humana e ao meio ambiente, mantendo o incremento da fertilidade e a vida dos solos, a diversidade biológica e respeitando a integridade cultural dos agricultores.
O método consiste na sementeira do maior número possível de plantas no mesmo sítio.