Declaração dos Anarquistas Contra o Muro

De Protopia
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Anarquistas Contra o Muro

(Original em Inglês)


5 de Janeiro de 2004 Nesses dias, com a construção do sistema de cercas, valas e o muro da separação que rouba os campos e leva as pessoas a enclaves sem os meios necessários para sobreviver, quando centenas de milhares tem a saúde, educação e infraestruturas essenciais tomadas e são forçados a escolher entre a transferência "voluntária" ou a morte, é nosso dever como seres humanos lutar contra esse crime.

Nós abrimos o portão de Mas'ha à força para deixar uma brecha no muro do ódio e fornecer com nossas ações uma alternativa viva à política de apartheid do governo israelense. Nós, a quem o futuro desta terra é importante, vemos o sistema de cercas e o muro da separação não apenas como um enorme desastre para o povo Palestino, mas também como uma ameaça direta a nós e a todos que desejam uma vida segura e pacífica. Isso não é uma cerca de segurança. Isso é uma cerca separatista racista que causará derramamento de sangue a todos nós por muitos anos que virão.

Tentamos viver em nossas vidas diárias as mudanças que estamos lutando para realizar. Trabalhamos em um espírito pleno de cooperação, sem líderes. Nossas decisões são tomadas por consenso e todos contribuem de acordo com suas habilidades. Acreditamos que justiça e igualdade são alcançadas pelo acordo voluntário entre as pessoas e que o Estado é apenas uma ferramenta agressiva de dominação de um grupo étnico/elitista.

Somos realistas e entendemos que a abolição do sistema estatal não ocorrerá amanhã, mas hoje já podemos exigir um modo de vida "sem governantes e sem governados", "sem mestres e sem escravos". A ação direta é o ato democrático quando a democracia para de funcionar. O Muro de Berlim não foi desmantelado pelos governantes e acordos, mas pelos cidadãos que o abateram com suas próprias mãos.

Desde que podemos nos lembrar, fomos alienados com ódio e medo dos nossos vizinhos Palestinos. Não viajamos à zona rural sem escolta armada. Contaram-nos que nossas mãos são estendidas para a paz, mas não há ninguém com quem falar. Mas essas mentiras foram expostas e são claras para todos que participam das ações contra a ocupação. Nós dormimos juntos debaixo das oliveiras (antes de serem arrancadas), nós marchamos juntos em direção à cerca e continuaremos a lutar juntos – Israelenses, Palestinos e estrangeiros, por justiça e igualdade para todos.

Por anos boas pessoas clamam que quando a transferência for promulgada, eles se deitarão na frente das rodas dos caminhões e ônibus para bloquear esse crime. Mas a transferência já está acontecendo nesse momento! Privando milhares de pessoas dos mínimos meios de vida não lhes deixa alternativa. Milhares estão deixando suas vilas para encontrar comida para seus filhos. A limpeza étnica está ocorrendo sob nossas vistas e temos apenas uma opção: usar os poucos direitos que temos, remanescentes da democracia israelense, e romper com o racismo e as leis imorais. Sim, destruir os portões e as cercas, bloquear as escavadoras com nossos corpos, entrar em áreas militares fechadas, e também transformar o inimigo em nosso amigo. A resistência Palestina e Israelense continuará enquanto a ocupação, que é a infraestrutura/raiz do terror, durar. 
Anarchists Against the Wall


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