Educação e alienação

De Protopia
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Carol Campagnolo


A alienação fora do trabalho consiste num processo, ou numa série de processos que visam despersonalizar o homem, tornando-o um instrumento passivo de terceiros. Seu raciocínio não é mais um raciocínio lógico, puro, mas condicionado por uma série de conceitos a priori, irracionais, que como as vizeiras de um burro, obrigam-no a olhar numa só direção.

E, quanto mais avançado pelo tempo, o jovem, meio livre, meio alienado, torna-se, ao fim, um alienado. A entidade da juventude foi esquicida pelo trabalho e pelos instrumentos de alienação. Ao chegar à idade adulta, ele está perdido. Já perdeu toda capacidade de opção, embora ainda possa recuperar-se -É um objeto, não apenas da sociedade,- expressão por vezes abstrata- mas daqueles que têm interesse em tê-lo como um instrumento passivo: o chefe, o patrão, o autoridade, os que fazem o sistema e o sustentam.

Para isso, afastam-no da política e dos problemas csociaos. ele deve ignorá-los:"ninguém vai reformar o mundo, que sempre foi assim , trate de trabalhar, ganhar dinheiro, ou pelo menos arranjar um bom emprego, divirta-se com as histórias que lhe são vendidas, com a televisão, o futebol, o carnaval, que nós cuidamos do resto."Para inculcar no espírito dos jovens essa ideologia funcionam as máquinas de alienação. O único andídoto (para a alienação da escola e do lar perfeito), é a rua, o único lugar em que a criança, o adolescente, o jovem, se encontra realmente livre. Só a rua permite ao jovem alimentar esse instinto natural de liberdade que, em casa e na escola, é cerceado de todas as maneiras. É na rua que ele tem oportunidade de formar sua personalidade, de libertar-se das opressões da família e da escola. É na rua, conhecendo outros jovens da mesma idade e de todos os temperamentos, que ele começa a conhecer a vida. É na rua que ele realmente vive.



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