Fragmentos de um Anarquismo Reformista
- Uma resenha dos "Fragmentos de uma Antropologia Anarquista" (2004), de David Graeber.
Uma coleção de pensamentos dispersos sobre anarquismo, antropologia, e estudos acadêmicos é revisada. David Graeber argumenta contra a necessidade de uma confrontação revolucionária com o Estado e a sua possível derrocada. Ao contrário, ele sustenta uma abordagem gradual que deixa o Estado quieto.
Na tentativa de elaborar uma teoria anarquista, tem havido grande interesse na antropologia. A antropologia demonstra que, em grande parte da história humana, os seres humanos viveram em sociedades sem Estado e sem mercado. Ao invés de existir uma manifestação da "natureza humana", as pessoas foram bastante flexíveis na forma como interagiam entre si e se auto-organizavam. Anarquistas examinaram esses dados antropológicos, tais como os fornecidos em People without Government; An Anthroplogy of Anarchy (em português, Povos sem Governo, Uma Antropologia da Anarquia) de Harold Barclay (1990, veja também Barclay, 1997). Quando se trata de compreender o Estado, o mercado e a família, até mesmo os marxistas procuram dados antropológicos, como aqueles discutidos no clássico "As Origens da Família, Propriedade Privada e do Estado" escrito por Engels. Esse trabalho está desatualizado, é claro, mas é ainda interessante (ver a Introdução, escrita por Eleanor Burke Leacock, pp. 7 — 85).
Esse pequeno livro do antropólogo David Graeber não é a mesma coisa. Ele não examina estruturas políticas e econômicas de sociedades de caça, coleta e com agricultura para demonstrar como a anarquia tem sido na prática; como sociedades sem opressores tomaram decisões e mantiveram a ordem. Se essa discussão é o que você procura, você deve ler Barclay (o qual não é sequer mencionado por Graeber, o que é bastante estranho). Ao contrário, o livro é, Graeber explica, "uma série de pensamentos, esboços de teorias em potencial, e minúsculos manifestos", que ele espera contribuir um dia para um "corpo da teoria radical". Ou seja, são “fragmentos”.
“Por que existem tão poucos anarquistas na academia?”
Estes pensamentos dispersos estão em um livro curto (105 pequenas páginas). Eles incluem breves e (relativamente) longos comentários. Por exemplo, de início, ele elenca as diferenças entre o anarquismo e o marxismo enquanto movimentos. Esse é um importante tópico, pois mostra as diferentes formas através das quais anarquistas e marxistas se relacionam com seus "fundadores". Outros detalhes incluem um fragmento sobre democracia e consenso. Assim como eu, Graeber vê o anarquismo como uma forma de democracia direta e radical, ao contrário daqueles que rejeitam a democracia. Ele também levanta fragmentos de outros assuntos.
Entretanto, existem dois principais tópicos em fragmentos neste livro. O primeiro é aquele que abre o livro: "Por que existem tão poucos anarquistas na academia?". Nos EUA, existem milhares de marxistas trabalhando em faculdades e universidades, mas apenas alguns poucos são anarquistas. Graeber está preocupado particularmente com a falta de anarquistas trabalhando como profissionais da antropologia, o seu campo de atuação, mas também levanta o mesmo questionamento sobre outros campos acadêmicos, como a ciência política, sociologia, economia, e teoria literária.
Graeber sugere que isto se deve a uma orientação anarquista de privilegiar a ação e não a teoria. Talvez para além disso, ele também sugere que o pensamento anarquista não encaixa nas faculdades e universidades tão bem quanto o marxismo. O anarquismo é muito rebelde, muito horizontal, para caber em departamentos acadêmicos. Isso pode ser verdade, ainda que possa dar muito crédito aos professores anarquistas.
Em todo o caso, há uma razão mais simples, não considerada por Graeber, para a relativa falta de professores anarquistas em comparação com marxistas. A maioria dos professores marxistas norte-americanos atuais se radicalizaram nos anos 60 e 70, período em que o marxismo-leninismo era a principal tendência de radicalização. Isso foi causado pela atração causada pelos governos de Cuba, Norte do Vietnã e China, os quais davam a impressão de estarem combatendo o imperialismo ocidental em nome do marxismo. Muitos jovens se tornaram radicais e, então, inexoravelmente ficaram mais velhos (!). Com a perda de forças do radicalismo, vários leninistas foram para a pós-graduação e se tornaram professores universitários. Recentemente, deu-se inicio a uma nova radicalização. Dessa vez, o marxismo-leninismo não tinha muito apelo, devido ao colapso da União Soviética e aos eventos na China. Muitos jovens adultos se radicalizando como anarquistas. Eles são ainda muito jovens para terem completado a graduação, aqueles que o farão. É simplesmente muito cedo para criar a expectativa de que os professores marxistas serão substituídos por uma onda de professores anarquistas.
Pessoalmente, eu não acho que a falta de professores anarquistas seja um tópico importante e interessante, o que não significa que o autor não deve escrever sobre isso se ele assim o desejar. Desde a escrita deste livro, David Graeber foi injustamente dispensado (quer dizer, demitido de fato) como professor assistente de antropologia na universidade de Yale. Sua visão política anarquista provavelmente teve influência na decisão do departamento. Ele merece todo o nosso apoio no que diz respeito ao conflito com Yale.
Reforma ou Revolução?
Graeber mostra a fraqueza de uma orientação anarquista para a antropologia. Isto é, ele se preocupa em mostrar as continuidades entre a sociedade moderna e as sociedades pré-capitalistas e pré-industriais. Isso é válido. Entretanto, realizar uma mudança radical em nossa sociedade requer uma análise concreta do mundo atual, em particular da natureza do Estado e da estrutura de classes da sociedade capitalista. O argumento pela revolução é baseado na natureza do Estado burguês e na classe capitalista dominante que ele serve, bem como nas forças e fraquezas da classe trabalhadora sob o capitalismo. Esse tópico não é coberto pela antropologia.
Graeber rejeita o conceito de revolução proletária sem fazer nenhuma análise da classe dominante ou do Estado. Ele rejeita a ideia de uma revolução no modelo da Revolução Americana, da Revolução Francesa, da Revolução Russa, ou da Revolução Húngara de 1956. Ele rejeita as perspectivas revolucionárias de Marx, Bakunin, Kropotkin, Luxemburgo, Malatesta, e Goldman. Ele zomba de revoltas considerando-as como “revoluções apocalípticas” (p.19) ou “rupturas cataclísmicas” (p.44).
O único teórico da revolução com quem ele discute não é Marx ou Kropotkin, mas Georges Sorel. Sorel foi um elitista que se tornou proto-fascita. Ao contrário das insinuações de Graeber, Sorel não foi um influente anarco-sindicalista. Marginal ao máximo, ele foi influenciado pelo anarco-sindicalismo, mas o anarco-sindicalismo não foi influenciado por ele. Graeber foca em Sorel, ao invés de em Luxemburgo ou Malatesta, afim de descreditar a revolução.
Graeber afirma que, “Os revolucionários (...) cada vez mais abandonaram até mesmo a discussão sobre a tomada do poder” (p.2) “As ações revolucionárias não tem que necessariamente mirar a derrubar os governos” (p.45).
Ele não distingue entre “tomar o poder” e “tomar o poder do Estado”. (Price 2006b) Tomar o poder significa que os trabalhadores e oprimidos esmagam o Estado (“derrubam os governos”) e assumem o controle da sociedade, comandando de uma maneira nova e radicalmente democrática, usando de conselhos federados e assembleias, em locais de trabalho e vizinhanças. Mas “tomar o poder do Estado” é uma questão diferente para os anarquistas. Significaria configurar um novo Estado, uma máquina burocrática e socialmente alienada com camadas especializadas de policiais, militares, oficiais e políticos. Os anarquistas revolucionários deveriam estar pelos oprimidos tomando o poder, mas contra o estabelecimento de um novo Estado.
Graeber é explicitamente anti-revolucionário. Mas ele faz apenas dois argumentos contra “desafiar o poder diretamente (isso geralmente leva a um abatimento, ou se não, a ser tornar uma variante – talvez até pior – da própria coisa contra qual se estava lutando).” (p.61) Esses são geralmente os argumentos liberais contra a revolução. Os liberais concordam com os conservadores que o governo não deve ser derrubado e os trabalhadores não devem tomar o poder. A última coisa que eles querem é que a classe trabalhadora tome o poder! Para justificar isso, os liberais expressam medo, assim como Graeber, de massacres ou novas tiranias.
O perigo de ser “abatido” deveria ser um argumento a favor da construção de revoluções que sejam bem sucedidas, não para rejeitar as revoluções como um todo. É claro, as revoluções podem falhar, assim como as lutas reformistas. Mas alguns dos piores massacres ocorreram quando as pessoas falharam em realizar revoluções, porque seguiram apenas programas reformistas. O nazismo veio ao poder depois do fracasso dos reformistas, gradualistas, políticas dos social-democratas alemaẽs. Pinochet tomou o poder devido às políticas reformistas de Allende no Chile nos anos 70 – que irritaram os ricos e militares, mas não ameaçaram superá-los.
Quanto ao perigo de “se tornar uma variante até pior da própria coisa contra qual se estava lutando”, isso sugere que as revoluções nunca trouxeram quaisquer melhorias. Mesmo a Revolução Americana criou uma democracia burguesa com liberdades expandidas para muitas pessoas. A Revolução Francesa deu terra a camponeses, o que lançam as bases para uma eventual democracia burguesa. É claro, nenhuma revolução produziu sociedades anarco-socialistas auto-geridas. E nem as estratégias reformistas não-violentas. Nada o fez ainda. Essencialmente esta é a crença cínica de que os oprimidos são incapazes de se livrar de antigos governantes e gerir a sociedade por nós mesmos. É por isso que nós anarquistas precisamos de nos organizar para lutar pela auto-gestão libertária entre as pessoas. (Bookchin 1986)
Ao invés da revolução, Graeber defende uma política não-confrontante de mudança gradual e pacífica, a passos incrementais, construindo instituições alternativas em torno do Estado e do mercado (“... A questão [é] como neutralizar o próprio aparato do Estado, na ausência de uma política de confrontação direta (...) Talvez o aparato do Estado atual seja gradualmente reduzido a fachada (...) Existem momentos quando a coisa mais estúpida que se poderia fazer é levantar uma bandeira vermelha e preta e emitir declarações desafiantes. Algumas vezes é sensível apenas fingir que nada mudou, permitir que representantes oficiais do Estado mantenham sua dignidade, até mesmo aparecer em seu escritório e preencher um formulário aqui e ali, mas de outro modo os ignorar.” (pp.62 – 64) Na verdade isso não é pelo que ele advoga “algumas vezes”, mas sim na maioria das vezes e talvez em todas elas.
Graeber expressa seu acordo com os marxistas autônomos italianos que defendem um “'êxodo' revolucionário (...) A maneira mais efetiva de se opor ao capitalismo e ao Estado liberal é não confrontá-lo diretamente, mas sim por meio da (...) deserção em massa por aqueles que desejam criar novas formas de comunidade (...) escapando da compressão do poder, do vôo, fundando novas comunidades.” (pp.60, 61)
Como evidência de que isso funcionaria, Graeber cita exemplos da antropologia, particularmente de sua própria experiência. De acordo com Graeber, nos anos 80, todo o Estado de Madagascar praticamente colapsou devido a crise financeira. O Estado parou de fornecer a maioria dos serviços ou de se intrometer na vida das pessoas com a polícia. O povo malgaxe parou de pagar a maioria dos impostos. As pessoa compareceram aos escritórios do governo e preencheram formulários legais, mas de outro modo ignoraram o Estado. “Em algum sentido isso foi realmente uma revolução.” (p.33) Contudo, ele acrescenta, “Por quanto tempo isso duraria é uma outra questão; foi um tipo de liberdade muito frágil e tênue. Muitos enclaves como esse colapsaram... outros duraram.” (p.34)
Isso não é exatamente uma recomendação a essa estratégia. Pode ter funcionado em uma nação pobre e oprimida – durante uma crise econômica – em partes marginais do país – por um breve período. Porém nações mais industrializadas e centralizadas, mais pertas do centro do imperialismo mundial, com Estados militares poderosos, não desistem do poder tão facilmente. A classe dominante não permitirá sua riqueza e poder ser tomada mesmo pelos métodos mais democráticos e não-violentos. Seus membros não são tão estúpidos a ponto de não descobrir o que é o método de “êxodo” – e se opor a ele com toda a força de seu Estado.
O antropólogo Barclay cita “a verdade óbvia anarquista de que o Estado é uma instituição que não abdicará voluntariamente de seu poder. Aqueles no poder (...) agirão afim de suprimir quaisquer ameaças percebidas a suas posições. O Estado em uma sociedade capitalista moderna (...) pode facilmente tolerar (...) cooperativas de crédito. (…) Esse apoio logo se alteraria para a supressão se tais movimentos se tornassem uma ameaça aos interesses bancários e cooporativos de seu país.” (1990, p.143)
E Graber ainda admite isso! Em outro lugar em seu pequeno livro, Graeber afirma que os esforços para trazer um mundo novo e melhor “se encontrariam com a oposição aferrada, e em última instância violenta, daqueles que mais se beneficiam dos arranjos existentes.” (p. 1-2) De fato iriam. É por isso que defendemos a revolução. Esse reconhecimento por Graeber contradiz completamente sua estratégia de uma mudança gradual não-confrontante. The anthropologist Barclay cites “the obvious anarchist truth that the state is an institution which will not voluntarily abdicate its power. Those in power...will act to suppress any perceived threat to their positions. The state in a modern capitalist society...may readily tolerate...credit unions and cooperatives....This support would soon change to suppression if such movements became a threat to the banking and corporate interests of the country.” (1990, p. 143)
Me permita dar um exemplo da história, não da antropologia. Em uma Introdução a um livro sobre a Alemanha pré-Nazi por Daniel Guérin (1994), o tradutor escreve, “Na Alemanha (...) aderir seja ao partido Social Democrata (...) ou ao partido Comunista (…) fazia de alguém parte de uma comunidade cultural, não apenas alguma estreitamente política. Cada partido vangloriava-se de uma série de serviços e instituições que incluíam seus milhões de membros do berço ao túmulo: projetos de saúde comunitária; trabalhos de assistência e caridade; programas educacionais; atividades musicais, teatrais, cinemáticas e literárias; clubes esportivos; colônias de férias; programas de intercâmbio; bibliotecas; clubes para crianças de diferentes grupos etários; organizações femininas; uma rede de revistas e jornais locais, regionais, e nacionais; abrigos cooperativos [1]; e milícias de auto-defesa.” (p.23)
Isso demonstra que um movimento político da classe trabalhadora poderia criar uma rede de instituições alternativas dentro, e contra, a sociedade capitalista. Entretanto, uma vez que os nazistas tomaram o poder, em 1933, em meros dois ou três meses todas essas instituições se foram. Elas foram ou suprimidas ou absorvidas nas organizações nazistas. Tendo fracassado em fazer a revolução, a classe trabalhadora alemã foi confrontada com um Estado capitalista fortalecido que esmagou todas as suas instituições e abateu seus líderes e membros. Instituições alternativas não são o bastante. Confrontação e revolução são necessárias.
A estratégia de Graeber pode ser comparada a de Murray Bookchin (1986) quando discute a francesa quase-revolução de Maio a Junho de 1968. Essa foi uma rebelião que começou nas universidade e se estenderam para as fábricas e para virtualmente todo o setor da sociedade. Uma greve geral eclodiu nesse país capitalista moderno e industrializado. Bookchin acreditava que, “Se esse movimento vasto se tornaria uma revolução social completa dependia de uma coisa – iriam os trabalhadores não apenas ocupar as fábricas, mas trabalhá-las?” (p.285) Isso poderia ter varrido a classe capitalista e seu sistema.
Quando ao exército e à polícia, “Tivesse os trabalhadores do armamento não apenas ocupado as fábricas de armas, mas trabalhado nelas para armar o povo revolucionário, tivesse os trabalhadores da ferrovia transportado essas armas ao povo revolucionário nas cidades e vilas, tivesse a ação dos comitês organizados armado milícias – então (…) o povo armado (…) teria confrontado o Estado.” (p.289) Ele não acredita que a massa de recrutas teria tacado fogo no povo, e ele pensa que o povo revolucionário, organizado propriamente, teria superado o duro âmago das forças contra-revolucionárias. Bookchin acredita que existia uma necessidade de grupos anarquistas em lutar por esse programa.
Diferente do Bookchin daquele tempo, Graeber rejeita a revolução, a queda do governo ou mesmo a confrontação com o governo. Seu programa é gradual, não-violento, não-confrontacional, deixando o Estado quieto. Ainda assim ele refere-se repetidamente a sua perspectiva como “revolucionária”. Esse é um uso peculir de “revolucionário”, a saber significando reformas não-revolucionárias. É claro, ele pode usar a linguagem da forma que desejar – é um país semi-livre. Mas a discussão não progride usando palavras para significar o oposto daquilo que usualmente significam.
Por “revolução”, Graeber provavelmente refere-se a seu desejo de mudar a sociedade completamente (...) a longo prazo. Eu não tenho dúvidas de que ele é sincero acerca disso. Mas historicamente aqueles que queriam uma mudança total da sociedade por medidas graduais, incrementais, não-confrontacionais, eram chamados “reformistas”. Isso inclui os fabianos britânicos, os possibilistas franceses, os revisionistas alemães, e os mencheviques russos. Aqueles que não desejavam mudar a sociedade em qualquer sentido profundo não eram reformistas, mas liberais. O que quer que Graeber pense de si mesmo, ele é, no máximo, um reformista.
Por exemplo, Graeber oferce um programa de três pontos “para aliviar a pobreza global”, na verdade para abolí-la:
- “Uma anistia imediata da dívida internacional.”
- “Um cancelamento imediato de todas as patentes e outros direitos a propriedade intelectual.”
- “A eliminação de todas as restrições e liberdade global de ir e vir ou de moradia.”
- “O restante iria praticamente se cuidar por si mesmo.” (p.78)
Graeber é consciente de que tal programa é “irrealista” no sentido que as pessoas ricas e poderosas do mundo nunca decretariam isso. Mas ele parece acreditar que tais demandas (das quais todas eu apoio), se realmente implementadas, dariam de fato fim à pobreza global. Ele não entende que o mundo capitalista é baseado na exploração, bombeando o labor excedente para for a do mundo dos trabalhadores. Tal programa, mesmo que fosse (magicamente) posto em prática, não mudaria o capitalismo internacional. Não impediria a pobreza e exploração. É uma fantasia liberal.
Conclusão
Como Graeber observa, suas crenças em uma “revolução” gradual e pacífica, uma que não desafia o Estado, é muito difundida entre anarquistas e autonomistas marxistas. Afinal, seria agradável se funcionasse. Eu revisei anteriormente outras defesas dessa perspectiva, da teoria de Parecon ao “marxismo aberto” de Holloway. (Price 2006; 2005)
O problema com Graeber não é seu estudo da antropologia; isso é válido. É seu comprometimento com o reformismo. Tal abordagem falha em informar os trabalhadores que mesmo uma luta consistente por reformas provocará uma confrontação com o Estado. Para Graeber, metas revolucionárias a longo prazo são vencidas através de uma luta por reformas. Para anarquitas revolucionários da luta de classes, mesmo reformas a curto prazo tem maior ganho guiando-se pela luta pela revolução.
Bibliografia
- Barclay, Harold (1990). People without Government; An Anthroplogy of Anarchy. London: Kahn & Averill.
- Barclay, Harold (1997). Culture and Anarchism. London: Freedom Press.
- Bookchin, Murray (1986). Post-Scarcity Anarchism (2nd ed.). Montreal-Buffalo: Black Rose Press.
- Engels, Frederick (1972). The Origin of the Family, Private Propery, and the State; In the Light of the Researches of Lewis H. Morgan. NY: International Publishers.
- Graeber, David (2004), Fragments of an Anarchist Anthropology. Chicago: Prickly Paradigm Press.
- Guerin, Daniel (1994). The Brown Plague; Travels in Late Weimar and Early Nazi Germany. (Robert Schwartzwald, trans.). Duham and London: Duke University Press.
- Price, Wayne (2005). Parecon and the nature of reformism. A review of Robin Hahnel (2005). Economic Justice and Democracy.
- Price, Wayne (2006a). An Anarchist Review of Change the World without Taking Power by John Holloway.
- Price, Wayne (2006b). Confronting the Question of Power
Notas
- ↑ Housing cooperatives, ver artigo referente na wikipédia anglófona.
Tradução: Coletivo Protopia