Zona Autônoma Sazonal

De Protopia
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Hakim Bey

(Original em Inglês - Versão em Espanhol)


Penso que o antigo estilo de vida transumante[1] sempre provou ser tanto agradável quanto prático, pelo menos em economias de pequena escala. Duas vezes ao ano você levanta e se muda, viaja, muda sua vida e mesmo sua dieta -- um sabor de liberdade nômade. Mas sempre para os dois mesmos lugares. Um lugar geralmente é mais secreto que o outro — a vila, a lareira; enquanto o outro lugar é tipicamente mais selvagem que o primeiro, e este pode ser chamado o lugar do Desejo, do Verão. Nos contos de Finn Mac Cumal e seu bando de Fenians[2] quase sempre nós os encontrávamos nos cantos mais selvagens do espectro, a floresta-verde, a paisagem da caça que chega de "volta" no tempo até uma dourada idade pré-agrícola, e também "através" do tempo - até Tir Nan Ong[3], a Terra do Verão, até Tuatha de Danaan[4], que estão tanto os Mortos como as Fadas.

Nos esquecemos que os Fenians passavam somente meio ano livres nos bosques. Eram como transumantes — deviam trabalhar (serviço militar) a outra metade do ano para o Rei. Neste sentido se assemelhavam aos camponeses irlandeses, que até pouco tempo praticavam a transumância pastoral. Seus rastros perduram até hoje. De fato, o folclore irlandês, conserva a imagem desta liberdade veranil; de alguma forma a “Natureza” parece sempre entrelaçada e até mesmo confundida com a “Cultura” na tradição irlandesa (tal qual as letras capitulares zoomorfas do Livro de Kells[5]), em formas que frequentemente impressionaram o observador estrangeiro como singularmente irlandesas. Os colonos de Elizabeth compararam os nativos da Irlanda com os índios norte-americanos: — ambos foram percebidos como “selvagens” — e ambos receberam o mesmo tratamento por parte dos ingleses. A transumância permite às pessoas a chance de permanecer em contato com a Natureza em seu aspecto "merrie" (como chamou Morton de Merrymount [6]), mesmo se a vida econômica desse povo seja virtualmente definida pela agricultura, peonagem e pelo trabalho pesado. Isto explica o aspecto "radical" da caça furtiva, de Robin Hood às Black Laws [7], e também a romantização universal da caça pelos humanos. Este romanticismo começa já nas sociedades caçadoras/coletoras, onde o prestígio (e a diversão) da caça proporciona muito menos comida para o grupo que (comparado) a trabalhosa coleta — e o romanticismo continua até nossos dias. Penso nos meus dois tios mais velhos, que cultivavam o romantismo rural da caça nas montanhas como personagens saídos do livro de notas de Turgeniev [8]. Acho impossível menosprezar este romantismo, que me parece tão claramente como o último resquício da liberdade paleolítica em um mundo que se rende às grades do arado - e da estrada.

De fato, pode-se dizer que o romantismo por si mesmo se revolve (se é que não resolve) ao redor desta tensão no espectro da Natureza/Cultura. Os transumantes devem ser um tipo de românticos práticos, uma “esquizofrenia ambulatória” que funciona como uma personalidade, “ruptura” entre os pólos magnéticos, a perambular de um lado ao outro de acordo com o clima.


Bike Arch @ Centre Camp, by Mark Grieve and Ilana Spector.jpg
Inverno / Verão
Vila / Montanha ou bosque
Trabalhar / Brincar
Agricultura / Festival
Pastoreio / Caçada
(Ao lado do fogo - pedaços de ambos - a cabana verde)
Narrativa/Aventura
Sonho / Desejo
etc.


Quando a agricultura se reproduz em si mesma, mediante um processo de maior racionalização e abstração, criando a cultura industrial, então a ruptura se amplia para além da brecha. Os transumantes perderam a estrutura básica de sua economia com os cercamentos dos campos comunais das aldeias e a perda dos “direitos do bosque”, ou os tradicionais campos de pastoreio. Os nômades puros, aqueles que proporcionam (como Ibn Khaldun [9] reconhece) uma necessária tensão dialética junto às sociedades (agrícolas) tradicionais, se tornam “redundantes” no regime Industrial — mas não desaparecem. Os Tinkers [10] e os Viajantes ainda vagam pela Irlanda como nos séculos XVIII e XIV (e talvez como na pré-história). Já os transumantes estão completamente perdidos. O espaço liminar que uma vez ocuparam, entre a sedentarização e o nomadismo, entre a Cultura e a Natureza, foi completamente apagado.

O espaço psíquico da transumância, por outro lado, não pode ser erradicado tão facilmente. Mais cedo que tarde desaparecerá do mapa mas reaparecerá no Romantismo — no reencontrar-se com a paisagem e mesmo com o selvagem, na “Adoração da Natureza” e na Filosofia da Natureza, nas viagens aos Alpes, no Movimento dos Parques, nos piqueniques, nos campos de nudismo, na cabana de verão, e também nas férias de verão. Nos dias de hoje, os "reformistas" querem que as crianças vão à escola o ano inteiro, e criticam as férias de verão de dois ou três meses como um ineficiente vestígio da economia agrícola. No entanto, do (romântico) ponto de vista das crianças, o verão é liberdade sagrada - uma temporária (mas sazonal) zona autônoma. As crianças são transumantes difíceis de matar.

Até certo ponto — e de determinado ponto de vista –, agora habitamos um mundo “pós-industrial”, e já pode ser notado precisamente como conseqüência disto, o ressurgimento do nomadismo. Este fato possui aspectos positivos (como em Deleuze e Guattari[11]) e também aspectos ruins -- como por exemplo do turismo[12]. Mas o que está se tornando transumância neste novo contexto? Através de que situações poderiam elucidar a procura de suas evidências?

Uma evidência ou vestígio claro de transumância psíquica se apresentou nos anos 1920 e 1950 nos Estados Unidos como o movimento de acampamentos de Verão. Uma grande quantidade destes campos foram inspirados por várias tendências progressistas e radicais — naturismo, comunismo e anarquismo, reicheanismo [13] e outras escolas psicológicas, misticismo oriental, espiritualismo — uma constelação de forças “marginais”. A utópica comuna rural, como foi a Fazenda de Brook, foi diluída em férias baratas para excêntricos. Durante este mesmo período, incontáveis milhares de “comunidades de férias” foram criadas, com cabanas um pouco menos primitivas que as dos acampamentos. Minha família possui uma barraca numa decadente orla do balneário de Upstate, Nova Iorque, onde todas as ruas receberam nomes indígenas, florestas e animais selvagens. Esta humilde comunidade representa uma versão “individualista”, ou empreendedora, do comunalismo dos acampamentos de verão; mas até agora sobrevivem neles vestígios de um espírito comunitário temporal. Enquanto a acampamentos, eventualmente a maioria começou a cuidar de crianças, esses cidadãos naturais do verão. Como o preço da pura ociosidade hedonista subiu e subiu, logo apenas as crianças "bem de vida" puderam se permitir o acampamento — e logo nem sequer elas. Um a um os acampamentos começaram a fechar, um lento declínio nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Medidas desesperadas ainda são tentadas (”Acampamento Marxista Computacional Reconvertido”; encontros neo-pagãos e seminários holísticos, etc.) – mas por enquanto o acampamento de verão quase parece um anacronismo.

Hoje em dia, o acampamento de verão pode ser uma versão extremamente diluída da utopia da transumância — muito menos a utopia das utopias! — mas ainda assim eu argumentaria que vale a pena defendê-lo, ou melhor dizendo, vale a pena reorganizá-lo. Se a velha economia suspendeu seu apoio, talvez, uma nova economia possa visioná-lo e realizá-lo. De fato, tal tendência já apareceu. Assim como os velhos acampamentos de verão foram à banca rota e mercantilizados, uns poucos foram adquiridos por grupos que tratam de preservá-los como acampamentos (com talvez alguns residentes permanentes), ou ainda como "comunas" privadas ou semi-privadas de verão. Alguns destes neo-acampamentos servirão de simples retiros de férias para seus novos donos; outros no entanto, necessitarão de fundos adicionais, e desta maneira, serão forçados a experimentar jardinagem de subsistência, trabalhos manuais, organizar conferências, eventos culturais, o algumas outras funções semi-públicas. Neste último caso podemos falar de uma neo-transumância, já que o a acampamento não serviria simplesmente como um espaço de “ócio”, mas também como um espaço de “trabalho” para os participantes primários. O “trabalho” de verão parece um “jogo” para os trasumantes em comparação com os labores da aldeia. O Pastoreio deixa tempo para alguns prazeres arcaicos desconhecidos para a agricultura ou a indústria de tempo completo; e a caça é puro esporte. (Jogar é o ponto da caça; a “presa caçada” é em si um bônus.) Neste mesmo sentido o neo-acampamento de verão tenderá a “trabalhar” para se auto-sustentar, mas sua labuta será “auto-gestionada” e “auto-possuída” em maior medida que o salário de inverno, e será um trabalho de natureza “festiva” –”recreação [14]. (Artistas e Folcloristas dão excelentes cidadãos de Verão).

Se a economia determinou a queda do velho movimento de acampamentos de verão, o estado teve seu papel também: –regulações, restrições, precauções, requerimentos de seguros, códigos, etc., ajudando a aumentar o preço real para se manter um acampamento acima de um nível viável. Alguns poderiam suspeitar que "o Estado" de alguma maneira percebeu o movimento de acampamentos como uma vaga forma de ameaça. Por um motivo: os acampamentos escapam ao Olhar Fixo do controle cotidiano, e estão para além do fluxo de mercadorias e informação. Logo também, os acampamentos são suspeitosamente comunais, focos de possíveis resistências à alienação e à atomização do consumismo e à “democracia moderna”. Os acampamentos possuem uma erótica subversividade para estes, como todos os ex-campistas de verão podem ratificar, uma "selvagerização" e um relaxamento do super-ego, um ar sem regras, de Sonhos de uma noite de verão, o skinny-dipping[15], o namoro, a languidez de julho (ou fevereiro). O acampamento não pode se reconciliar com o ideal da produção industrial do ócio (”pacote de férias”) e a reprodução e simulação do verão como um parque temático, o processo das férias, o sistemático “esvaziamento” de todas as diferenças, de todas as formas de autêntico desejo.

Já que o Estado desconfia do acampamento, o neo-campismo necessitará (a essa altura) cultivar certas formas de invisibilidade ou camuflagem social. Um possível disfarce para o neo-acampamento, no obstante, seria assumir precisamente o aspecto de acampamento de verão falido e fora de moda. Afinal de contas, o acampamento de Verão não é ilegal, e se seu grupo pode alcançar a segurança requerida, porque não nos encaixarmos em um arquétipo já existente? Mostre que vocês não estão tocando um acampamento infantil, nem um retiro Anarco-Nudista abertamente proclamado, pode ser que vocês passem desapercebidos como só mais um bando de inofensivos que-gostariam-de-ser-índios com um mês de férias para desperdiçar.

Minha defesa do (neo)-campismo de verão está baseada em duas premissas simples: — primeira, um mês ou dois de relativa liberdade é melhor do que absolutamente nada; segunda, porque é o que é possível para o agora, acessível. Estou assumindo aqui que seu grupo não é formado por “nômades” ou "guerreiros da liberdade" em tempo integral, mas sim por pessoas que precisam trabalhar para viver ou que estão presos à cidade ou ao subúrbio a maior parte do ano - transumantes potenciais. Você quer algo mais que apenas férias de verão - você quer uma comunidade de verão. Mergulhar em uma humilde lagoa em Adirondack é mais prazeroso para você do que a Disneylândia - sempre que você puder fazê-lo com as pessoas que desejar. Compartilhar os custos o faz possível, mas também o transforma em uma aventura de comunicalidade e crescimento mútuo. Fazendo o lugar pagar por si mesmo ou até retirando algum do livro de ingressos, você e o seu grupo poderiam se transformar em verdadeiros neo-transumantes, com dois focos econômicos em sua vida. Mesmo se vocês estiverem procurando um status legal (como um centro de retiro educacional religioso, isenção de impostos, ou um Acampamento de Verão) em sua condição de proprietários vocês podem se permitir um certo grau de privacidade que - se usado discretamente - pode exceder todas as fronteiras legais em termos de sexo, nudez, drogas e excessos pagãos. Desde que vocês não "espantem os cavalos" ou desafiem os interesses locais, serão simplesmente tomados por outro bando de "veranistas", e é de se esperar que sejam um pouco estranhos.

De todas as versões imaginadas da TAZ até o momento, esta zona “sazonal” ou periódica está mais aberta à crítica enquanto um paliativo social ou como um “Club Med Anarkista" : No entanto, se salva do mero egoísmo pelo fato necessário de sua auto-organização. Seu grupo deve criar a zona — não pode comprá-la empacotada em alguma agência turística. Obviamente o acampamento de verão não tem potencial para ser uma “Revolução” social. Suponho que posso chamá-lo de um campo de treinamento para a revolta, mas isto soa muito sério e pretensioso. Preferiria apontar simplesmente o sentimento de desesperança de muitos por experimentar a autonomia, no contexto de um válido romantismo da natureza. Nem todos podem se tornar um neo-nômade - mas porque não ao menos um neo-transumante? O que fazer se o Levante não vem? Nunca recuperaremos a terra do verão, ainda que seja por um mês? Nunca desapareceremos das grades do mapa [16] nem sequer por um momento? O acampamento de verão não é uma guerra, nem sequer uma estratégia - mas é uma tática. E prazer imediato (e não-mediado), depois de tudo, segue sendo sua própria desculpa.

Referências

  1. Relativo à transumância. Passagem periódica que os pastores e seus rebanhos fazem da planície para as serras, e vice-versa, para mudar de pastagem. Forma de nomadismo sazonal onde dois lugares diferentes são ocupados em revezamento (N. do T.).
  2. Os fenians, "a gente de Finn", foram uma horda guerreira que habitou a região que hoje conhecemos por Irlanda. Os fenians só admitiam em suas fileiras os mais valentes, os mais hábeis e os mais destros (N. do T.).
  3. Tir Nan Og na mitologia irlandesa é a chamada "Terra da Juventude Eterna" um reino que habitado apenas por fadas e duendes tornou-se refúgio os seres mágicos depois de suas terras serem tomadas pelos Milesianos. Conta-se que em Tir Nan Og seus habitantes passam dias e noites festejando, em meio a jogos ou fazendo amor e ainda participando da bela música. Diz-se também que algumas fadas adoravam a vibração de jogos de batalha, no entanto, entre todos guerreavam e aqueles que acabassem mortos, ressuscitavam no dia seguinte. Em resumo Tir Nan Og é uma espécie de paraíso pagão cujo acesso está vetado aos humanos.(N. do T.)
  4. Tuatha dé Danaan significa "povos da deusa Danu" são um grupo de figuras míticas na mitologia irlandesa e escocesa, considerados também o quinto grupo de habitantes da Irlanda na tradição do Lebor Gabála Érenn ("Livro das Invasões"). Imagina-se que representem as divindades dos goidélicos irlandeses, no entanto, as reinterpretações de tradutores cristãos mal intencionados geralmente os reduziram para arquétipos de reis e heróis históricos.(N. do T.)
  5. Livro de Kells trata-se de um manuscrito latino repleto de iluminuras transcrito por monges celtas por volta do ano 800 d.C. contendo quatro evagelhos do novo testamento. É considerado a obra máxima da iluminação insular e está cotado como um dos maiores tesouros nacionais da Irlanda. (N. do T.)
  6. Morton de Merrymount é o nome pelo qual ficou conhecido o colono inglês Thomas Morton (1576-1647) que ao chegar de sua cidade natal Devon, às terras do novo mundo onde atualmente fica o estado de Massachussets (Estados Unidos), estudou respeitosamente as culturas nativas americanas com as quais teve contato, as quais conferiu grande valor e se apropriou de alguns de seus ensinamentos. Fundou a colônia de Merrymount cujos habitantes eram considerados portadores de hábitos pagãos refutáveis pelo puritanismo em voga nas outras colônias.(N.do T)
  7. Black Laws foram um conjunto de leis segregacionistas racistas que promoviam uma série de sanções de diversos tipos às populações afro-americanas, em voga nos Estados Unidos até a primeira metade do século XX.(N. do T)
  8. Ivan Sergeyevich Turgeniev (1818 - 1883) foi um dos principais escritores russos do século XIX. Sua maior obra foi 'Pais e Filhos', considerada um dos clássicos da ficção daquele século.(N. do T.)
  9. Ibn Khaldun (1332 - 1406) foi um dos mais famosos historiadores do mundo Islâmico. Realizou a historiografia dos muçulmanos na Península Ibérica e foi autor de uma ampla série de considerações filosóficas e sociológicas sobre as sociedades Islâmicas. Aqui Bey se refere a chamada à primeira filosofia da história elaborada por Khaldun (como definida pelo historiador Bernard Lewis) em termos de ação combinada, cíclica, do deserto e da terra cultivada. Nas palavras de Ibn Khaldun - "Na Tunísia e no Oeste, desde que as tribos Hilâl e Sulaim por aí passaram nos princípios do século V (meados do século XI no calendário cristão) devastaram esses países, durante 300 anos todas as planícies ficaram destruídas; todavia, anteriormente, desde a África Negra até o Mediterrâneo tudo estava cultivado, como o provam os vestígios aí existentes de monumentos, edifícios, quintas e aldeias". (N. do T.)
  10. Tinkers são grupos itinerantes de origem irlandesa que se deslocam constantemente em automóveis e carroças por grandes distâncias permanecendo por curtos períodos de tempo em um mesmo lugar. Existem em torno de 250 mil Tinkers em todo mundo espalhados pela Gran Bretanha, Irlanda e Estados Unidos. Referem-se a si mesmos como "Pavee" e em muitos contextos são confundidos com ciganos pelo seu modo de vida nômade (N. do T.).
  11. Gilles Deleuze (1925 - 1995) e Felix Guattari (1930 - 1992) foram dois filósofos franceses que através de suas reflexões deram origem uma verdadeira revolução libertária na filosofia positivando a ideia de nomadismo enquanto conceito filosófico, propondo o rizoma ao esquema de árvore cartesiano, opondo-se igualmente a outros centralismos e hierarquias. Ambos também possuem diversos textos político-filosóficos importantes. Deleuze é o autor de A sociedade de Controle enquanto Guattari escreveu uma textos sobre movimentos descentralizados, como as rádios livres na França. (N. do T.)
  12. Hakim Bey é também autor do texto Superando o Turismo onde desenvolve uma crítica libertária à prática do turismo enquanto forma de experiência pasteurizada mediada pelo mercado e pelo consumo. (N. do T.)
  13. Uma referência ao legado de Wilhelm Reich (1896 - 1957) médico, psiquiatra, psicanalista inventor da teoria do orgón nascido na Áustria e falecido nos Estados Unidos. Foi inicialmente um discípulo de Freud, rompendo com ele a partir da maturidade de suas teorias psicanalíticas no estudo do inconsciente, da neurose e da libido. Expulso pelos comunistas por suas idéias e pelo teor de suas críticas perseguido pelos nazistas na Alemanha, nos Estados Unidos foi diagnosticado portador de esquizofrenia progressiva. É considerado um dos pensadores mais lúcidos e revolucionários do século XX, ao mesmo tempo um maldito cujos livros foram queimados e cujas idéias foram consideradas por alguns como delírios.(N. do T)
  14. Recreation em inglês: a palavra também possui o sentido de "re-criação". ”, esperamos que o seja no sentido original da palavra — ou mesmo “criação” (N. do T.)
  15. Skinny-dipping faz referência a um comportamento infanto-juvenil estereotipado que consiste em ir a um clube, piscina pública ou acampamento e ficar de paquera, trocando olhares com uma bela garota sem, no entanto, ter coragem para chegar junto dela. (N. do T.)
  16. O autor se refere aqui as linhas dos mapas cartográficos, considerando que tudo que está nos mapas oficiais (estatais) já foi mapeado pode classificado e controlado pelo poder. (N. do. T)



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